sábado, 11 de setembro de 2010

Brincadeira da Minha Infância- Protocolo do Módulo de teatro

BRINCADEIRAS DA MINHA INFÂNCIA

Vivi minha infância na fazenda, portanto a maioria das brincadeiras estava sempre relacionada à natureza. Eu e meus irmãos subíamos em árvores, andávamos a cavalo, tomávamos banho no córrego e armávamos balanços nos galhos das mangueiras e disputávamos quem conseguia ir mais alto. Tinha sempre um no assento, segurando firmemente nas cordas laterais, outro impulsionando e os demais contando quantas idas e vindas cada um dava. Ninguém podia balançar mais que o outro. Adquiríamos nessa brincadeira o senso de igualdade. À noite, enquanto meus pais conversavam sentados no terreiro nós brincávamos de pique-pega, de passar anel, de pedir cantinho, mas a brincadeira que eu mais gostava era pegar vaga-lumes. Aquelas luzinhas voadoras me encantavam e, competíamos para ver quem pegava uma quantidade maior. Para mim, aqueles vaga-lumes voando no escuro eram como estrelas que se moviam no espaço. Também ia às caçadas de passarinho com meu irmão mais velho. Eu era a encarregada de carregar os passarinhos caso ele os matasse, como ele nunca conseguia matar um, eu ficava só passeando e dando umas estilingadas de vez em quando.
Como os vizinhos moravam longe e não nos visitávamos com freqüência, as brincadeiras eram sempre entre nós, irmãos, e muito livres. Em dias de chuva as brincadeiras eram outras, geralmente eram jogos de tabuleiros. Eu achava uma chatice. Para mim não tinha graça ficar dentro de casa jogando em tabuleiros, enquanto lá fora aconteciam tantas coisas interessantes. Era desagradável porque, às vezes, as brigas aconteciam, ninguém queria perder e sempre tinha um que trapaceava e a brincadeira acabava pois mamãe punha fim à confusão.
Nas férias, meus primos (duas primas e um primo) que moravam na cidade, Uberlândia, iam ficar conosco. Era sempre muito animado e fazíamos shows de calouros que eles sempre comandavam, já que eu e meus irmãos não éramos bons nisso pois não tínhamos TV. Éramos bons em outras coisas. Uma vez, minha prima foi atirar com o estilingue do meu irmão e em vez de atirar com a forquilha virada para o alvo, virou para o seu lado e a pedra acertou o seu dente, a metade voou longe. Tivemos assunto para a semana inteira, e não perdíamos oportunidade de fazer uma piadinha que sempre acabava com “esse povo da cidade que acha que sabe tudo“. E, assim ficava claro quem dominava o quê.
Hoje, vejo que as brincadeiras fizeram parte da minha infância de uma forma muito tranqüila. Nunca planejávamos do que íamos brincar, mas sempre nos divertíamos bastante e, através delas elaborávamos sem perceber, regras de convivência, de justiça e de igualdade.


Marilene Lopes de Araujo
Pós- Graduação em Linguagens da Arte
Profª Drª Ingrid D. Koudela

Avaliação em Arte- Resenha

AVALIAÇÃO EM ARTES

O livro Ensino da Arte das Profªs. Drªs. Luciana Mourão Arslan e Rosa Iavelberg (Thonsom Pioneira, 2006), traz um capítulo que trata da avaliação em arte, no qual as autoras apresentam possibilidades e sugestões para que o professor possa avaliar de forma adequada as produções artísticas dos alunos.
Avaliar é um processo complexo, pois a produção do aluno traz sua bagagem cultural e sua subjetividade e o professor deve ficar atento para avaliar sem provocar ou intensificar bloqueios expressivos.
Para avaliar é necessário que o professor conheça os objetivos e conteúdos do ensino em arte, que considere os diferentes modos de aprendizagens, as características pessoais e que observe o progresso de cada aluno.
A avaliação é um instrumento de aprendizagem e orientação do planejamento e não um instrumento de poder e de punição do professor. Se os critérios e as orientações de avaliação forem compartilhados com os alunos eles se sentirão parte do processo e terão uma melhor compreensão podendo então, entender e contribuir de forma positiva para a própria aprendizagem.
A avaliação quando feita de forma adequada serve não só para mensurar o que o aluno aprendeu, mas também o que ele sabe e como aplica esse conhecimento em diversas situações além de contribuir para que o docente detecte falhas no processo de ensino e que as possa corrigir. Assim, ao avaliar os alunos o professor também se avalia.
As novas orientações curriculares propõem que o aluno faça arte na escola, reflita sobre a arte e aprecie produtos das culturas, portanto o professor pode avaliar a partir desses três eixos devendo apenas, estabelecer meios de avaliar a partir das produções realizadas e das atividades propostas.
Ao avaliar os referidos eixos faz-se necessário que o professor proponha atividades individuais e coletivas, que estabeleça critérios e focos significativos e adequados e que informe aos alunos para que eles tomem conhecimento antecipadamente e não sejam pegos de surpresa. É importante também, que o professor, nestes casos, diversifique as formas de avaliação que podem ir desde desenho de observação até descrições verbais ou escritas, tendo o cuidado de avaliar de forma a valorizar o emprego correto dos novos conceitos adquiridos e não somente a repetição mecânica das informações recebidas.
Ao utilizar a criatividade para avaliar, o professor mostra aos alunos que aprender na escola é um momento compartilhado e de co-responsabilidade e que não é necessário que os pares cheguem juntos ao mesmo nível de aprendizado e se estabelece aí o contrato didático explícito e implícito em sala de aula.
Avaliar tem caráter formativo e informativo, portanto, os resultados das avaliações devem valorizar atitudes positivas e criadoras dos alunos, bem como, expressar suas conquistas, persistência, dedicação e seus esforços.
É necessário também, que se pense nos critérios de avaliação para que os alunos “defasados” ou transferidos de outras escolas tenham garantidas as possibilidades de aprender os conteúdos de cada série e através do fazer, apreciar e refletir sobre a arte é possível trabalhar conteúdos e habilidades que cumpram esses objetivos.
Para avaliar os resultados práticos dos alunos podem-se utilizar trabalhos individuais e coletivos tendo o cuidado de evitar juízos estéticos valorizando a adequação e utilização dos materiais, bem como as características expressivas e a dedicação à realização da atividade. Há que se tomar muito cuidado, pois crianças e adolescentes são bastante susceptíveis às críticas que os colocam em situações de inferioridade. Neste caso é mais importante acompanhar o processo do que exigir resultados satisfatórios em produções individuais.
Em situações de avaliação, o portifólio de cada aluno pode dar uma grande contribuição no sentido de ajudar o professor e a ele próprio a entender as dificuldades através dos trabalhos não concluídos, além de explicitar a trajetória de criador através dos trabalhos concluídos.
As provas de arte não podem estar “descoladas” da sala de aula e devem apresentar questões desafiadoras, sendo uma espécie de síntese do que foi estudado e pesquisado, podendo ser corrigidas coletivamente para que os alunos percebam que o professor valoriza a forma de aprender de cada um.
Uma roda de conversa ao final de um processo pode ser uma ótima oportunidade de avaliação onde cada um pode avaliar quais trabalhos atenderam melhor aos objetivos da proposta, além de aprenderem através da diversidade dos recursos técnicos utilizados por cada um de seus pares.
Faz-se necessário encontrar, através do trabalho em equipe, sob a ótica das diversas disciplinas e de projetos interdisciplinares, critérios objetivos de avaliação, pois o estudo da arte nas escolas precisa basear-se nas práticas sociais, nos trabalhos dos artistas e na produção reflexiva dos especialistas, tendo o aluno e o que ele aprende como focos principais do processo.
A Profª. Drª. Rosa Iavelberg é uma das autoras dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) na área de Artes. Desenvolveu projetos voltados à formação de professores da rede municipal e ao contato de alunos dessas escolas com arte contemporânea – Lá Vai Maria, Artes e Temas Transversais e o mais recente Arte Passageira, entre outros. É autora dos livros: “O desenho cultivado na Infância” (Zouk Editora), “Para gostar de aprender arte” (Artmed, 2003),“Ensino de Arte” (Thomson Pioneira, 2006), escrito em parceria com a Profª. Luciana Mourão Arslan.

Marilene Lopes de Araujo- Aluna do curso de pós- graduação do Curso “LINGUAGENS DA ARTE” do Centro Universitário Maria Antônia da Universidade de São Paulo, 2010.





AVALIAÇÃO
EM
ARTE


Marilene Lopes de Araujo
Curso de Pós- Graduação
LINGUAGENS DA ARTE
Centro Universitário Maria Antônia
Universidade de São Paulo

Proposta de Atividade Para o Módulo de Dança

RELATÓRIO
Título: Espaço e Movimento.
Público alvo: Crianças de 6 anos aproximadamente.
Disciplinas envolvidas: Artes, Geografia, Ciências e Português.
Tempo estimado: 110 minutos ( duas aulas).
Música: No Passo do Elefantinho.
Objetivos:- Expressar-se corporalmente transmitindo uma idéia;
- Adquirir noções espaciais;
- Respeitar o espaço e os limites dos colegas;
- Expressar-se verbalmente relatando experiências e dificuldades ao realizar uma atividade;
- Conhecer características de determinados animais como formas corporais e de movimentação.
Justificativa: Cada ser humano possui características próprias de personalidade, formas diversas de conduzir suas vidas, jeitos diferentes de resolver problemas e maneiras peculiares de se movimentarem. Na maioria das vezes, esse jeito de cada um dificulta o respeito às diferenças e dificuldades do outro. . Em sala de aula, com crianças de seis anos, aproximadamente, essas dificuldades se acentuam.
Essa atividade, realizada em alguns momentos em duplas, propõe experimentações que visam estimular a compreensão e o respeito pelo diferente, a possibilidade de trabalhar em grupo, a observação e utilização adequada do espaço à sua volta, bem como a elaboração dos movimentos com objetivos definidos.
Desenvolvimento: A atividade será iniciada por uma roda de conversa onde serão levantadas as seguintes questões: Podemos ocupar um espaço ao mesmo tempo que outro colega? O que acontecerá se não respeitarmos essa regra? O que podemos fazer para resolver esse problema? Nós nos movimentamos todos da mesma forma?
A seguir, proporei que andemos pela sala, com carteiras e procuremos andar pelo espaço sem esbarrar nos colegas nem nas mesas e carteiras. Irei propondo situações como: caminhar olhando sempre para algum colega, tocar algum colega levemente fazendo uma saudação, caminhar arrastando os pés pelo chão, caminhar de braços dados com alguém, com a mão no ombro de outro, etc.
Depois dessa atividade, passaremos para um espaço sem mesas e carteiras e pedirei que formem duplas e que escolham algum animal que eles conhecem bem e que elaborem um jeito de andar sempre em dupla, representando-o. Chamarei a atenção para que não se esqueçam de como é o corpo desse animal, como ele se movimenta, como sacode a cabeça, se tem focinho curto ou comprido, se tem tromba, como ficam suas pernas ao andar, etc.
Depois de um tempo de experimentações, proporei uma festa entre os animais onde cada animal (dupla de alunos) deverá elaborar uma sequência de movimentos relacionados com a forma de cada um se movimentar. Depois de um tempo, entrará a música “No Passo do Elefantinho” para que eles estabeleçam melhor o ritmo de cada um.
Ao final faremos a apresentação com todos os animais juntos.
Avaliação: A avaliação do processo será feita por todos em uma roda de conversa coordenada pela professora, onde os alunos terão oportunidade de avaliar as dificuldades encontradas, o que achou mais interessante, como foi trabalhar em dupla, se é mais fácil trabalhar em dupla ou sozinho, se é melhor dançar com música ou sem música, etc.
Esta avaliação não visa mensurar o desenvolvimento do aluno, mas sim desenvolver habilidades positivas na convivência coletiva em sala de aula.






Marilene Lopes de Araujo- Aluna do Curso de Especialização em Linguagens da Arte
Centro Universitário Maria Antônia- Universidade de São Paulo









DANÇA

Aluna: Marilene Lopes de Araujo
Professora: Inês Bogéa
Módulo de Dança
Curso de Especialização em Linguagens da Arte
Centro Universitário Maria Antônia
Universidade de São Paulo

sábado, 26 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MARY E MAX

Já que o nosso assunto do momento é Stopmotion, gostaria de falar de um filme de animação que assisti há uns dias atrás. Trata-se de Mary e Max. Uma belíssima animação do diretor Adam Elliot, que trata da solidão e da amizade entre duas pessoas que normalmente não tinham muito para tornarem-se amigas. Mary é uma garota australiana de oito anos e Max é um judeu novaiorquino na casa dos quarenta. O que eles tem em comum? O fato de não se encaixarem muito bem em seus ambientes e de se sentirem estranhos. De uma maneira inusitada ( não vou contar para não estragar a surpresa) eles começam a se corresponder através de cartas e a amizade progride e se mantém por anos como toda amizade, com dúvidas, com discordâncias e até com rompimentos temporários.A trama é parcialmente baseada em fatos reais,o diretor usou sua própria experiência e de um amigo com o qual se correspondeu por muitos anos para conceber o roteiro. A história é bem densa, trata a solidão como se fosse um círculo vicioso do qual não conseguimos nos livrar.É uma bela animação em massinha que vale a pena ser vista e que nos mostra que animação não é somente para crianças.

http://www.youtube.com/watch?v=mSSCIqsvQK4&feature=related


Marilene Lopes de Araujo

Aracnídea





Meu texto de estréia no blog expõe a perda recente de uma das principais artistas plásticas do século XX, a franco-americana Louise Bourgeuis.
A artista que morreu aos 98 anos no dia 31 de maio em um hospital em Nova York, ganhou fama tardiamente com seus trabalhos que tendiam para o abstrato, feitos em madeira, aço, pedra, borracha, além de desenhos e gravuras.
Nascida na França e radicada nos Estados Unidos, Louise participou de diferentes correntes artísticas, dentre elas o surrealismo, e a partir dos anos 1960 se enveredou pela escultura em metal, realizando grandes instalações para tratar da sexualidade, família e sociedade.
Ganhou notoriedade pela abordagem agressiva e explícita do sexo em suas obras, centradas no estudo do corpo humano e na necessidade de proteção diante de um mundo assustador. Buscava inspirações em episódios ocorridos na sua infância e a relação de infidelidade entre seus pais.
Uma de suas séries mais famosas leva o título de Maman(mãe em francês).São aranhas monumentais de até nove metros de altura,feitas nos anos 90,espalhadas por diversas cidades do mundo,inclusive em São Paulo,no acervo permanente do MAM(Museu de Arte Moderna)no Parque do Ibirapuera.
Em 2000,a artista foi homenageada pela dramaturga brasileira Denise Stoklos na montagem "Louise Bourgeois: Faço, Desfaço, Refaço"A cenografia-instalação da produção foi composta por esculturas de aço e vidro, representando uma cela, uma escada e um grande espelho oval. O cenário reúniu vários objetos de Louise, como pequenos moldes de escultura, manequins e obras em tecido, ferramentas, tudo original e pertencente ao arquivo de seu estúdio. O espetáculo estreou em Nova York.
Suas obras enriquecem o acervo dos mais importantes museus do mundo,o MoMA de Nova York, o Centro George Pompidou de Paris e a Tate Modern em Londres.


Fonte:UOL
Fábio Florentino.

VAI BRASIL.



Pessoal, Esse trabalho de arte coletiva foi feito pelos meus alunos, com papel dobradura e papel cartão.Como hoje tem jogo, postei essa imagem para ilustrar nosso blog. Boa sorte seleção.
Ai ai ai Brasilll

Marcos Clóvis.

O ARTISTA E A SOCIEDADE

Toda vez que vejo a produção de um artista, dentre tantas coisas, tento descobrir onde está a relação dessa obra com a época em que foi produzida, ou ainda, que elementos dessa produção mostra-me a sociedade em que vive o artista. Não consigo lembrar-me a partir de que momento comecei a buscar isso nas produções artísticas, só sei que de algum tempo para cá tenho consciência dessa procura.
Em "A Necessidade da Arte", Ernst Fischer afirma que:"Mesmo o mais subjetivo dos artistas trabalha em favor da sociedade." Será que o artista, esse ser que parece tão independente, é incapaz de expressar o seu "eu" ou será que ao expressá-lo através dos seus sentimentos incorpora à sua obra o "nós" fazendo da sua obra pessoal um retrato de todos e da época em que vive? Terá o "nós" também na arte mais força que o "eu"?
Parece-me que para entendermos um pouco melhor a questão, é necessário falar um pouco de processo de criação. Uma obra não é somente resultado, é também processo criativo, mesmo que imperceptível para alguns traz embutida toda vivência do indivíduo que, por ser um ser social representa a cultura do grupo com o qual convive. Fayga Ostrower afirma em seu livro "Criatividade e Processos de Criação" que: "A criação nunca é apenas uma questão individual, mas não deixa de ser questão do indivíduo", o que me leva a pensar que a questão não é saber se a obra representa o "eu" do artista ou o "nós" da sociedade mas o quanto cada um desses elementos se faz presente na produção artística. Parece-me então que alguns artistas carregam no "eu" e então sua obra se apresenta mais individual, carregada de sentimentos pessoais, já por outro lado, alguns artistas pesam mais a mão para o "nós",então sua obra teria um cunho mais social.
Acredito também que essas são dúvidas bem pessoais pois uma obra não precisa estar catalogada ou encaixotada em uma categoria para ser apreciada, mas continuarei minhas pesquisas se não pela conclusão pelo menos pelo prazer da leitura.

Marilene Lopes de Araujo

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A maior bronca.

O texto abaixo foi lido para os professores na escola onde leciono, alguns acharam exagerado, fora de contexto, eu gostei, me levou a refletir sobre o “ser ou não ser”. Opiniões a parte leiam o texto, espero que gostem.


A maior bronca que já levei
Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.
Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?
Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.
"Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez", disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou.
"Desde que comecei a lecionar, isso já faz muito anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interessante é que esta percentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.
É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo sabendo ter investido nos melhores.
Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de ...".
Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto ?
Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos.
Contudo, uma coisa é certa:
"Se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos,
se não tentarmos fazer tudo o melhor possível,
seguramente sobraremos na turma do resto."
Autor desconhecido

Marcos Clóvis.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Alfabetização Virtual

Foi meio difícil mais saiu!!!
Minha primeira experiência com animação em stop motion. É quase uma apropriação da estética da "gambiarra" mas espero que valha.
Faltaram os créditos, pois por algum problema de postagem o youtube comeu o final e também não consegui colocar som...Mas apesar das dificuldades (brigando com diferentes programas de animção) valeu a experiência...

Salamalandra
http://www.youtube.com/watch?v=2-sCBYlntao




Por Carolina Zoli

terça-feira, 22 de junho de 2010

Nos cadernos de Saramago: Educar para a paz

Educar para a paz
Por Fundação José Saramago
Resulta muito mais fácil educar os povos para a guerra do que para a paz. Para educar no espírito bélico basta apelar aos mais baixos instintos. Educar para a paz implica ensinar a reconhecer o outro, a escutar os seus argumentos, a entender as suas limitações, a negociar com ele, a chegar a acordos. Essa dificuldade explica que os pacifistas nunca contem com a força suficiente para ganhar… as guerras.

“Israel vive às custas do Holocausto”, em Palestina existe!, Madrid, Foca, 2002 [Prólogo e edição de Javier Ortiz] [Entrevista de Javier Ortiz]

Esta entrada foi publicada em Junho 3, 2010 às 12:01 am e está arquivada em Outros Cadernos de Saramago. Pode seguir as respostas a esta entrada através do feed de RSS 2.0. Tanto os comentários como os pings estão actualmente fechados.

Games games!

Encontrei alguns links interessantes para os fâs de game...

Uma epécie de wikipédia exclusiva sobre games (em inglês:
http://www.wikia.com/Gaming

Site da exposição Gameplay que aconteceu no ano passado no Iatu Cultural a partir do conceito de gameplay também trazendo artistas que dialogam com a game arte:
http://www.itaucultural.org.br/gameplay/

E para matar a saudade:
http://jogosdeatari.com.br/index.php

Carol Zoli

Eugênio Barba um importante nome para o Teatro Contemporâneo

Hoje nas artes Cênicas muito se fala sobre Grupo, Coletividade, Processo Criativo e Colaborativo. Acredito que Eugênio Barba influenciou e muito esta caminhada reflexiva para esta classe.
Barba foi fortemente influenciado pelas práticas teatrais dos anos 60/70, ele tentou por meio de mudanças teóricas e práticas, estabelecer uma ordem definida pela prática de intercâmbio inter grupos, com o fim de fortalecer a comunidade teatral. "O Ator enfrentaria a busca de sua própria identidade, que se manifestaria por meio do exercício de seu oficio."
Por meio deste princípio inicia-se um novo campo de pesquisa: o estudo do comportamento expressivo do ser humano em situação de representação organizada, e a busca de elementos compartilhados entre diversas referencias culturais, SURGE O TERCEIRO TEATRO.
O Terceiro Teatro que buscaria estabelecer um espaço próprio, que seria propício ao grupo independente, e estaria fundamentado no respeito das diferenças.
Essa formação seria uma minoria de gente jovem que procurava uma identidade e um modo próprio de expressar. Esse modelo de teatro é reconhecido pela valorização da noção de coletividade que os situa em uma zona periférica do próprio ambiente artístico.
Essa nova modalidade do fazer teatral buscaria não só novas formas organizativas, e novos modelos espetaculares, mas também uma nova compreensão do lugar do teatro.
A proposta de Eugênio Barba para um Teatro de Grupo, é matriz para ruptura do teatro comercial. As ideias de Barba abriram novos caminhos técnicos e expressivos para o grupos teatrais da América latina.

Luiz Ventania

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O grupo dos 6 e a Poltrona Azul de Maria

Somos um grupo de sete pessoas, ou seis (logo mais falo sobre isso- talvez!), as quais fazem parte do curso de Pós Graduação em Linguagens da Arte, realizado no Centro universitário Maria Antônia- USP. A aproximação das pessoas que compõe esse grupo deu-se de um modo especial. Logo no início das aulas foi-nos solicitado formar grupos para realização de um trabalho. Uma lista com nomes de artistas diversos foi-nos apresentada, dos quais deveríamos escolher sobre qual gostaríamos de pesquisar e posteriormente apresentaríamos em seminário o conteúdo elaborado. Pois bem, nós mal nos conhecíamos, como formar os grupos? Então, “rodou” pela classe uma lista com o nome dos artistas a serem pesquisados, para que cada um escolhesse o de sua preferência. Assim nosso grupo se formou... “quase aleatoriamente”.
Impressiona-me a sintonia deste grupo, formado por pessoas muito singulares, porém muito bem humoradas e sem dúvida, imbuídas pelo espírito da coletividade. Sinto-me privilegiada por participar deste encontro.
Penso que ao nomearmos nosso blog de “A Poltrona Azul de Maria”, afirmamos nosso bom humor, e nossa poética. Como é belo, sonoro e interessante esse nome! Creio que todos que frequentam o terceiro andar do prédio, observam a saleta com as poltronas azuis. É como se elas esperassem, que pessoas ali se acomodem e troquem ideias. Se a proposta do Blog é formarmos mais um canal de comunicação, no qual poderemos trocar experiências, impressões e conhecimentos, a poltrona Azul virtual está instaurada.
Entre os estudantes do curso, há educadores, artistas e profissionais de outras áreas, portanto, todos os assuntos nos interessam (tudo que gira em torno das relações humanas me interessa). Creio que pensamos na formação humana e tudo que circunda por este imenso universo. Assim sendo, estamos abertos a discutir e debater temas múltiplos, de formas diversas. Penso que podemos postar pensamentos expressos de formas distintas, ou seja, vale: poema, artigo, desabafo, desenhos, fotos... Formal ou informal, algo científico ou de senso comum...
Esta postagem já se estende, guardarei meu fôlego para a próxima. Um beijo carinhoso a cada integrante deste grupo. E que tenhamos seguidores para que possamos compartilhar e construir conhecimentos sensíveis e bem humorados.
Magda Crudelli

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Animação Stop Motion

Inspirada pela última aula de lingugem das midias digitais decidi compartilhar alguns dos trabalhos realizados na escola onde leciono.
Dois dos premiados em um festival anual de animação chamado 5 dias em em 30 segundos.
Os autores são alunos de curso técnico de Comunicação Visual da Etec de Carapicuíba.
Carolina Zoli
Efemero Nimbus:

Histórias em quadrinhos

O primeiro post que compartilho com vocês no blog é sobre um assunto que venho pesquisando a algum tempo: as histórias em quadrinhos. Principalmente as que falam sobre culturas e povos diferentes da nossa realidade brasileira, mas que tem muito em comum com as nossas dificuldades e conflitos pessoais, só mudam de língua.

Aya de Yopougon
Este trabalho foi criado por Marguerite Abouet e ilustrado por Clémente Oubrerie e no Brasil foi lançado pela Editora L&PM. A trama se passa nos anos 70 na Costa do Marfim e retrata vários aspectos da cultura marfinense como sexualidade, machismo, diferenças sociais entre outros.

A personagem principal é Aya, uma garota que diferente das outras não quer saber de namorar e sonha em estudar medicina. Infelizmente só temos no Brasil a primeira parte da história. Estou aguardando ansioso para ler as outras partes e tenho certeza que depois que vocês lerem também ficarão.

Por enquanto é isso...no próximo post falarei sobre Persépolis de Marjane Satrapi.
Victor Alexandria

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Finalmente o blog nasceu!


Olá para todos os colegas do grupo e futuros leitores.
Depois de literalmente encontrar algumas pedras no caminho. O blog de nome surrealista finalmente saiu. Sei que parece bobo explicar o nome do dito cujo, mas tenho certeza que muitos irão se perguntar de onde veio.
Bom, após diversas discussões sobre qual seria o nome e a cara do blog, como seria o primeiro post, quem iria escrever primeiro e tudo mais, nos deparamos com uma saleta bem em frente a nossa sala de aula com duas poltronas azuis bem vistosas e confortáveis. Não deu outra, foi batizado na hora de "A poltrona azul", mas muitos queriam o nome Maria no blog e então ficou fácil acrescentar. E daí nasceu o nome "A poltrona azul de Maria".
Espero que todos se sintam a vontade para sentar nessa poltrona (que não precisa ser azul) e batam altos papos, exponham suas reflexões e façam deste blog um lugar para trocarmos muitas idéias.