sábado, 11 de setembro de 2010

Avaliação em Arte- Resenha

AVALIAÇÃO EM ARTES

O livro Ensino da Arte das Profªs. Drªs. Luciana Mourão Arslan e Rosa Iavelberg (Thonsom Pioneira, 2006), traz um capítulo que trata da avaliação em arte, no qual as autoras apresentam possibilidades e sugestões para que o professor possa avaliar de forma adequada as produções artísticas dos alunos.
Avaliar é um processo complexo, pois a produção do aluno traz sua bagagem cultural e sua subjetividade e o professor deve ficar atento para avaliar sem provocar ou intensificar bloqueios expressivos.
Para avaliar é necessário que o professor conheça os objetivos e conteúdos do ensino em arte, que considere os diferentes modos de aprendizagens, as características pessoais e que observe o progresso de cada aluno.
A avaliação é um instrumento de aprendizagem e orientação do planejamento e não um instrumento de poder e de punição do professor. Se os critérios e as orientações de avaliação forem compartilhados com os alunos eles se sentirão parte do processo e terão uma melhor compreensão podendo então, entender e contribuir de forma positiva para a própria aprendizagem.
A avaliação quando feita de forma adequada serve não só para mensurar o que o aluno aprendeu, mas também o que ele sabe e como aplica esse conhecimento em diversas situações além de contribuir para que o docente detecte falhas no processo de ensino e que as possa corrigir. Assim, ao avaliar os alunos o professor também se avalia.
As novas orientações curriculares propõem que o aluno faça arte na escola, reflita sobre a arte e aprecie produtos das culturas, portanto o professor pode avaliar a partir desses três eixos devendo apenas, estabelecer meios de avaliar a partir das produções realizadas e das atividades propostas.
Ao avaliar os referidos eixos faz-se necessário que o professor proponha atividades individuais e coletivas, que estabeleça critérios e focos significativos e adequados e que informe aos alunos para que eles tomem conhecimento antecipadamente e não sejam pegos de surpresa. É importante também, que o professor, nestes casos, diversifique as formas de avaliação que podem ir desde desenho de observação até descrições verbais ou escritas, tendo o cuidado de avaliar de forma a valorizar o emprego correto dos novos conceitos adquiridos e não somente a repetição mecânica das informações recebidas.
Ao utilizar a criatividade para avaliar, o professor mostra aos alunos que aprender na escola é um momento compartilhado e de co-responsabilidade e que não é necessário que os pares cheguem juntos ao mesmo nível de aprendizado e se estabelece aí o contrato didático explícito e implícito em sala de aula.
Avaliar tem caráter formativo e informativo, portanto, os resultados das avaliações devem valorizar atitudes positivas e criadoras dos alunos, bem como, expressar suas conquistas, persistência, dedicação e seus esforços.
É necessário também, que se pense nos critérios de avaliação para que os alunos “defasados” ou transferidos de outras escolas tenham garantidas as possibilidades de aprender os conteúdos de cada série e através do fazer, apreciar e refletir sobre a arte é possível trabalhar conteúdos e habilidades que cumpram esses objetivos.
Para avaliar os resultados práticos dos alunos podem-se utilizar trabalhos individuais e coletivos tendo o cuidado de evitar juízos estéticos valorizando a adequação e utilização dos materiais, bem como as características expressivas e a dedicação à realização da atividade. Há que se tomar muito cuidado, pois crianças e adolescentes são bastante susceptíveis às críticas que os colocam em situações de inferioridade. Neste caso é mais importante acompanhar o processo do que exigir resultados satisfatórios em produções individuais.
Em situações de avaliação, o portifólio de cada aluno pode dar uma grande contribuição no sentido de ajudar o professor e a ele próprio a entender as dificuldades através dos trabalhos não concluídos, além de explicitar a trajetória de criador através dos trabalhos concluídos.
As provas de arte não podem estar “descoladas” da sala de aula e devem apresentar questões desafiadoras, sendo uma espécie de síntese do que foi estudado e pesquisado, podendo ser corrigidas coletivamente para que os alunos percebam que o professor valoriza a forma de aprender de cada um.
Uma roda de conversa ao final de um processo pode ser uma ótima oportunidade de avaliação onde cada um pode avaliar quais trabalhos atenderam melhor aos objetivos da proposta, além de aprenderem através da diversidade dos recursos técnicos utilizados por cada um de seus pares.
Faz-se necessário encontrar, através do trabalho em equipe, sob a ótica das diversas disciplinas e de projetos interdisciplinares, critérios objetivos de avaliação, pois o estudo da arte nas escolas precisa basear-se nas práticas sociais, nos trabalhos dos artistas e na produção reflexiva dos especialistas, tendo o aluno e o que ele aprende como focos principais do processo.
A Profª. Drª. Rosa Iavelberg é uma das autoras dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) na área de Artes. Desenvolveu projetos voltados à formação de professores da rede municipal e ao contato de alunos dessas escolas com arte contemporânea – Lá Vai Maria, Artes e Temas Transversais e o mais recente Arte Passageira, entre outros. É autora dos livros: “O desenho cultivado na Infância” (Zouk Editora), “Para gostar de aprender arte” (Artmed, 2003),“Ensino de Arte” (Thomson Pioneira, 2006), escrito em parceria com a Profª. Luciana Mourão Arslan.

Marilene Lopes de Araujo- Aluna do curso de pós- graduação do Curso “LINGUAGENS DA ARTE” do Centro Universitário Maria Antônia da Universidade de São Paulo, 2010.





AVALIAÇÃO
EM
ARTE


Marilene Lopes de Araujo
Curso de Pós- Graduação
LINGUAGENS DA ARTE
Centro Universitário Maria Antônia
Universidade de São Paulo

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